permaneço parado e me vejo pouco - meu poema é espelho trincado sou fracasso orgânico - trangênico plantado em larga escala minha confecção foi feita às avesas confissão de mãe: sonhava menina para nascer macho! um macho loiro, radiante plenitude infantil, beleza infinda os anos passaram espinhos - já tenho máscaras que se confundem a mim ora, grito feliz à guerra dos excluídos - juntos com os excluídos mas meu gemido é estrondoso sonlitário não entendo bem, sou otário falante em rodas humanas carência que cheira à tarde sozinha de cafezinho e xadrez estou como todos os dias, no mesmo lugar plantado, petrificado em minha redoma procuro gigantes ânsias de felicidade, mesmo em vidros de solidão minha paralisia atrái avalanche de lágrimas há doce gosto em quem chora poemas há mar socorro em quem me salga com a leitura