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Mostrando postagens de dezembro, 2010

sujeito-homem

Abraço-me escrevendolendo e já tiro do colo o que sou agora de mim, sou linguagem pura, a pureza de milhões! conhecer-me, sem pitacos alheios é ser discípulo de mim - Vou parir todos para saber quem sou parto-me à dor - a luz apaga e a coluna dói - após, aliviado - posso ser visto por olhos distantes ao ler-me, já não (in) divíduo o que sou unifico-me ao caminho dos outros - à procura do homem

Psicanálise

Psicanálise é aprisionar o desconhecido num frasco (comum a toda gente!) Abri-lo e cheirá-lo é que depende de bravura e sabedoria (análise-do-eu-não-privatizado...)

Literatura-viva

Literatura-viva I Fazer-se a partir da fantasia revelada ao outro Literatura é metáfora-viva! É fazer-se no outro; compreender-se (melhor, compreender o outro). Há de fato apenas o desconhecido - premissa constatada por quem ultrapassou os limites da caverna. Informação importante: somos a imagem e semelhança do outro - ah, e viviemos para satisfazê-lo! É exatamente por isso que caminhamos cegos e aprisionados querendo pagar a dívida oriunda de relações escusas... à caverna só é possível ver sombras descompassadas do outro. Ao outro é o nosso desejo, ao outro é nossa abdicação... ao outro me fiz eu! Afinal, que é o outro? ... melhor agora é aprofundar na caverna d'alma e entender os grilhões que nos separam de nosso cordão (cortado?). Um universo dual se fez, é o nascimento de uma criança. O pequeno ser cheira, toca, chora e mama... ele é a mãe! A mãe, por sua vez, resolve parte da inquietação mundana, agora, ela tem o tão sonhado pênis (mas ele vai falar ainda!). A ...

super-homem de Fernanda Padilha

E eis que o super-homem aparece como uma epifania. E é de seu feitio ser super sempre...sempre enquanto lhe apraz. E como ele aprecia levar as pessoas para o céu em seus vôos intempestivos... o público se encanta e ele mais ainda de si mesmo. Em sua plateia interativa, temos ali uma bailarina, que sempre, sempre tenta se equilibrar na ponta dos pés e se manter no mais alto possível, mas nunca, nunca antes havia alcançado os céus. Queria agradar a todos, reconhecia seus erros – assumindo inclusive aqueles que nem eram seus – e queria ser perfeita, mesmo sem nunca atingir as alturas. No entanto, o super-homem apareceu e, estando uma vez no céu, não queria a bailarina voltar à prosaica terra que lhe doía a perfeição de seus pés de passos acertados. Acontece que, com o tempo, sentindo-se sozinha num céu de nuvens imaginárias, a bailarina caiu bruscamente à terra. Foi quando ela notou que o super-homem gostava de levar as pessoas pro céu muito mais pra se sentir no alto, e que, tão logo a ...

vitória dum presidiário

quando as roupas embranquecem e os insetos são dedetizados (já não há bolhas!) a alegria do condenado parece reinar se não há moscas e apenas ouve-se o chiar da chuva sos se ga da men te ou, no motel, já veio o gozo e a tranquiladade da noite paira, o sono vem! são faces aprisionadas da insensatez (mas peste não é metáfora para a morte!) só o gozo, sono ou chuva sossegada fazem da morte minha ressurreição