Postagens

Mostrando postagens de abril, 2011

mais valia do gozo nenhum

de segunda a sexta trabalho-trabalho e gozo nenhum trabalho-trabalho e gozo nenhum trabalho-trabalho e gozo nenhum trabalho-trabalho e gozo nenhum sábado: compras pela manhã dentes, cabelos e unhas - pronto? à noite: ereção já uma gotícula de esperma e o sono (nem sempre há gozo e sonhos) aos domingos - murmúrio, penumbra e provas fim do mês - todos se lembram do salário minguado

virtuosidade nenhuma

cruzaram meus braços e fui amordaçado meus livros, mesmo aqueles não escritos putos como são foram ateados fogueira adentro repito: não há redenção! incômodo ou não: não há redenção! enquanto as gargantas continuarem apredejadas e os cérebros desviando de tiros alheios - líguas em nó! todos regurgitarão o mesmo vômito vão expelir a mesma merda, sem nenhuma virtuosidade Fomos devorados e não é de hoje que o amor morreu é bem pior! até mesmo o medo sucumbiu

da merda à flor

é preciso sair da couraça ir até o lixo imundo de si transgredir: do guardanapo amassado à poesia do medo ao grito ferino da merda à flor... é preciso abrir a porta a dor de estômago ou de coração ou d'alma não são chaves mas trazem mensagens novamente: é preciso sair do casulo ser borboleta leva tempo, não dinheiro é gosmento, não há lucro nojento e sem recompensa quero as mensagens não aquelas psicografadas por almas de autoajuda e caridade são do fundo do lixo, da lama, da cera da remela, da merda, do caos de si! outra tentativa: é preciso estar em si romper a couraça sair do casulo olhar à merda e ver a flor

sem contingência

num hei de duvidar mais a certeza é a vida em si não há contingência alguma no azul celeste - resolvo tudo numa baforada de cigarro que não fumo sou, de agora em diante, braços, pernas e alguns fios de cabelo sou um, dois pés descalços dedos calejados pelo violão esquecido na escola sou calos de academia cabelos não cortados - e também os já cortados, não esquecidos! já não há rendição, religião ou metafísica de merda nenhuma li ontem que hiroshima voltou em fukushima meus olhos leram são dois olhos sem lágrimas, e só! metafísica nem merda nenhuma! filosofias de banheiro, de Zé ou Jurandi, são merda, a mesma feita em terminais e sou mesmo máquina de confeção de bosta, preta, barrenta sou fábrica de fios encaracolados de cabelos, de bosta ou unhas desfiguradas cheiro de axilas sem banho, de unhas engrecidas de fezes ou pau após a ejaculação

só-de-sexta-em-casa

Só em sexta de casa fiz amigos facilmente do boteco ao lado saltou uma cerveja da tela, um xadrez em guerra: reis a bolar ideias tantãs Foi, entretanto, o guardião da noite quem sobressaiu um zé, comum, de Zeca travestiu-se e até me vi entre ramalhos, bailando... em montes negros os bandolins davam cordas à bailarina, perdida de amar a triste alegria sobreveio, cantarolando, bailando... bebi cantei bailei mas só o sono se revelou capaz de gozar de mim

Quer'ela

Mistura nada homogênea de cores lisbela aquarela d'alma prolixa quer'ela Ela, simplesmente ela
Não é que eu seja certinho ou busque realizar ações santificadas... na verdade, o que prefiro é cometer extravagâncias e excessos a meu modo... ou ao menos de outro modo... De Luciana Castro http://lcastro-enfim.blogspot.com/

Diga AMÉM

É só na fala desmedida que se desmente um senhor Não se iluda: corpomente! Silêncio no meu dicionário é sinônimo de dor "enfiai uma agulha no cu e outras coisas vos serão acrescentadas" Se faz do amém seu companheiro de viagem Procure um formigueiro ou o Exército de Cristo Sente-se numa cruz pontiaguda e espere as primeiras picadas - formiga ajuda a visão Antes de continuar viagem Cabisbaixo, diga AMÉM!

uma grande piada sem sabor

Fui embalado por ditos de outrora tortuei-me numa adolescência dezesseis aberta de úlceras e manifestações de rua Certa feita, deitei-me numa cama alheia e ouvi que vivia em desejos de outrem tentaram, mas não me veio boas novas Noutra festa, percebi trapos em mim engraçado, ninei meus desafetos insuportavelmente durmi numa ternura quase inútil afundo em meus abismos faço daqui um espetáculo de humor entre-tanto-dessabor e vejo, ainda mais nítida a necessidade de esbravejar tudo que não se silencia tudo e só, rindo

Ouro é de tolo, Cora de Goiás

sei que a tolice desfaz cada palavra dita mas algumas ideias de veia são velhas de corar a face que nem Cora que revive Goiás reencontro vermelho, um rio seco desossado cortado pela ponte - aquela que se esconde cartas ao primeiro amor casa de um lado, rio que corta do outro, o mestre padre pai errantes, de palmatória e sandálias franciscanas - Amém! íamos de mãos dadas, minha professora e eu enquanto o futuro estava nos braços pesados de São Paulo fim! retorno a Goiás dilacerada mas, iniciada ressignificada pela escrita