Do corpo o sangue resta o poeta nada com o corpo de Iemanjá sem transgressão, sem rebeldia nenhuma revolução o nado sem palavras se instala e refaz o instante limítrofe dos navegantes e não impõe um novo limite ao inominável Se me atrevo a considerar a poesia sem palavras é porque considero o corpo de escritas infindas, mares revoltos e água doce se me atrevo a considerar a fala sem palavras é porque considero o instante a fala que flui, frui, sem nenhuma expectativa Do corpo que fala sem palavras não há o que se possa dizer entretanto, considerá-lo no meu nado é fundamental se meu corpo rasga o leitor no indescritível que é a linguagem sem palavras e pontos (não costuro mais) há de longe, sem palavras, o nado de Iemanjá Dela vários nomes são ditos porque nem Janaína ou Iemanjá podem traduzir nada o inominável é congênito a quem se atreve saltar às ondas, perdido da lupa, da bússola nada e atreve com o corpo o salto da braçada além