Em meados do ano vinte do século vinte e um, Robson chegava a Salvador. Havia passado um bom tempo distante, muitos sequer apostavam que ele ainda estava vivo. Ele desceu de uma embarcação chique, esses cruzeiros que gringos adoram, e adentrou a Terra de Todos os Santos. Robson queria encontrar a família que há tanto tempo não via, nem ouvia falar. Com o seu fiel cão ao lado, Ori, acompanhado da gata siamesa filhote, Irta, e uma pequena mala com roupas, rompeu a cidade em busca de resquício de onde vivera. Uma águia, embora poucos notassem, sobrevoava os passos de Robson. Ele carregava uma face tranquila e as mãos leves, que, de quando em vez, paravam para acariciar Irta. A gata, além da comum tranquilidade dos felinos, vinha pendurada no ombro dele e, sem que precisasse parar, passava os dedos abertos pelos pelos do bichano. Robson caminhava resolutamente sabendo aonde ia - encontraria os familiares e os beijaria. Não passava pela mente dele que alguns poderiam es...