Deixei a queda me tomar. Das cadeiras de balanço quebraram as pernas, as bengalas não se sustentam... Não há madeira, redenção, nada! Caí, mas não eram águas doces, ao contrário, o mar salga qualquer coração insano. Pensei que seria só solidão essas águas sôfregas. Não, não! Mesmo caído os peixes passaram pelos meus restos, mordiscando minha pele. Engraçado, deitado ao fundo do mar, os peixes parecem desejar minha presença. Mesmo morto insisto em gritar passagem à malandragem do sangue-bom brasileiro. Tubarões querem meu corpo, entretanto já os conheço bem e não me entrego. Tomo o sentido oposto, subo nas costas de um tububarão selvagem e faço a viagem pelo interior submarino. Os peixes são pérolas inacabadas, todavia os tubarões fazem o favor de acabar com os pobrezinhos. Não, não é questão de maldade! Os peixinhos são bem educados e fazem o favor de entrar goela abaixo. Eu gozo! De cima do tubarão branco recarrego minhas energias para também poder seguir viagem só. Pense...