Tio dilatado
Ela tinha lá seus dotes. Não era bonita nem feia. Ainda quando pequena, acostumara a tirar a nota suficiente para passar, nem mais, nem menos. Alfrásia venceu certa etapa da vida, a vida escolar, com a necessidade de ter o necessário: pegava o ônibus escolar às cinco da manhã e lá se ia mais um dia. Morar no campo tem dessas coisas. A professora reclama de quando em vez da preguiça da menina, mas ela era pouco preguiçosa. Na verdade, a falta de sensibilidade dos professores parece dar margem a certas falácias. Alfrásia queria mesmo é aguentar o tempo obrigatório de classe para voltar ao sítio. O pedaço de terra era de um tio distante, e havia sido arrendado para o pai de Alfrásia. Toda vez que os parentes (os donos da terra) vinham passear a coisa agitava. Aos nove, a menina não esquece dessa história, os tios afortunados vieram para mais uma visita e Alfrásia lá tomava o café da tarde. Já tinha ido à escola pela manhã e feito as obrigações do lar, aproveitava para sorver o café ...