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Mostrando postagens de abril, 2010

Sábado de fazenda

hoje estou vestido de sexta abro minhas pastas para saber que as camas não foram feitas deixo a porta aberta (sem razão alguma) deitado na cadeira que permite apenas o sentar engato sexta e sou café em almoço hoje é sexta-feira e, ironicamente, estou de sesta o xadrez pula à tela meus adversários são queridos amigos de sangue e a casa cheira daniel de foto e (são olhos negros de ouro!) e digo: a sala é toda minha infância, digo sou hoje um contista quase um romance resolvi paralisar meu momento de poltrona para sonhar entorpecido hoje as drogas são segunda segundo ou último plano e minha sexta já é toda sábado de fazenda

Jesus sorriu

Verdade falsea qualquer verdade nua Mergulhada num passado obsoleto Meu coração é circunferência perfeita 360 homéridas estão inscritos em mim Mas não há gene de graus E nenhum discípulo Declara meu nome em vão Eu, Aquiles, não choro! Meus passos estremessem grécia Moderna, antiga De ouro ou deuses Sou Aquiles e Héracles E me nasceram Jesus Filho de Zeus (javé se quiser) Mãe não é promíscua (não pode ser!) Só desposa Zeus E ama um safado dito santo Aquiles da galileia Sou Jesus da Jônia Héracles de Maria e José Minha Ilíada não tem homéridas E Paulo foi expulso da bíblia Sou Zeus Pai Filho E meu espírito Pode santificar sua mãe Mas não me faça rir Com redenção de humildes Aquiles entra em transe Quando Jesus e Héracles Salvam tolos do paraíso

volto pound

história é sangue num corpus circular dados passos largos às vezes curtos vou e volto sempre diferente sou néctar carregado de flores diversas Não passo de um masaico sem cor de versos alexandrinos voo mas quando desço minha caminhada é corpo poundiano

de cabelos caramelos

não quero chocolate! sou belo o bastante e tenho cabelos caramelos Morrer é viver só num sábado de fazenda penso epopeia não cheiro poemas sou o outrora (degustei todo caramelo!) Meu amor foi um pequino amor meu reminiscências de vidas instantes passados Canto como criança com sono fabiano de graciliano e qualquer amor forçado de caetano a leoni me faz conduzir um andor!

veiga, gonçalves e edgar

minha terra não é plantiplanto nem tem sabiá os gatos que aqui me assustam são pretos como os de edgar

poética de tolo

poética de tolo nietzdamente via agora vou derretindo o devir pré-homérico é mourão que separa mar e não há nada mais antigo que susana em elegia de cárcere não só! fosse helena ou alice por homero, gerardo ou alencar seria todo de mello e ao mourão que separa uma invenção dançaríamos joyce e eu meu palimpsesto é mais uma poética idiota! estático completo fechado sou que não nasci espaço de romance é memória não escrita e lírica continua em guardanapo amassado o que antes epos derrama no devir

lençol de sexo

a cama sente sexo a tarde fosse mesmo azul, drummond não fosse o pôr do sábado lençol embriagado nos seus embaraços hoje sou só calor e lembranças cresço entre os gemidos dos velhos enquando vendem a casa voo em deleites de outrora!

Subway das calaças goianas

Subway das calaças goianas Minha preocupação é mãe de Thaís enlouquecida Ainda criança Sonho adulto conversando patos Meu sono vive plantiplanto Sonho criança crescida e barriguda gritando papai Mamãe lendo Alice e rindo Chaves Mamãe é Alice e dedo e fechadura O dia de semana tem gritos à noite Meninice é bananeira gigante ou pé de feijão mágico E racional é lirismo sem dor Tomemos a fórmula dum anão Pra ir blues em calçadas goianas

Mito, não contaram tudo

Mito, não contaram tudo Disseram frio Leve agasalho (mas não falaram tudo!) Vinho e frio e pamonha e churrasco e bolo quente e monte e gente Vinho, frio, pamonha, bolo quente, monte, gente Vinho Frio Monte Gente Quente Vinho frio e gente quente minto, já sabia o que aconteceria! Produção coletiva: Luciana, Rodrigo, Marcos

Ouriço!

Ouriço! Mas minha casca é fina, quebra facilmente Não sei se era pirâmide Ou Faraó ou Egito O oriente é matéria que não sente dor Daqui Tenho pele e amor e sofrimento Sou casca fina Pó dilacerado se quiser Seu sorriso vem irônico Mesmo sabendo que do outro lado Fora da pirâmide Dentro da pirâmide Há matéria que faz mortal se apaixonar

Sábado sem álcool

Não há como brincar de garrafeiro – Sumiram minha adega E os amores solaram o tempo Todos se desmancharam em copos passados Meus braços não querem o mundo em pedaços Hoje a poesia é Bandolins Trinta vezes e sou só Bandolins Vão tirar sarro de você que brinca de simcity Que espera a fala deles Que procura um candidato Uma igreja Uma mulher Carlos Moderno não tem fé e não pode se comover como um diabo