Ipanema voltou
Ontem não via mais que um dedo deslocolado do corpo
meus olhos de areia não contemplavam a feição dos docentes
E diziam que era impossível ver o rosto de ipanema
diziam que ainda não era hora
Mas falaram em greve e cortaram meus cabelos encaracolados
(Sem cabelos aos olhos... vi lábios torneados!)
e a greve, menina que passa
passa massacrando partidos políticos
a greve, mulher que passa
passa pisando em pés de sindicatos dormentes
E cheia de graça
esbraveja o justo grito
"O piso é pouco!"
É a marcha proletária contÍnua
1848 em pleno século XXI
Brilha não só o rosto da menina greve
reluz a pele de sol
garganta calejada
pernas grossas e bolhas aos pés
(Já não estamos sós, Jobim)
Hoje a greve é toda ipanema
(perfeita!)
perfeita no mundo material
porque o corpo dourado
é luta de sol a sol
À mesa
com brecht e Maiakovsk
não deixaremos Ipanema partir!
Esse poema faz referência à vitoriosa greve dos trabalhadores da educação iniciada no dia 20 de maio de 2010 em Goiânia-GO.
Gostei muito do seu poema, Marcos!
ResponderExcluirAchei lindo e de extremo bom gosto,
profundo e instigante!
Parabéns!Heliany