dane-se


recrio crenças
faço do concreto
minha utopia presente

encontrei vestido longo
vestido de pele morena
e cabelos dispersos
de cuja tarde ouvi:
"educo para a revolução!"

um laço revolucionário desfez
em cólicas de oprimidos
eram olhos banhados em águas de mina (divina!)


insensato sou
diante da luta
(mas me atrevo a participar!)
e regresso ao meu quarto de quatro anos
com a velha timidez
porque sem álcool sou fóssil de anos

hoje voltei
mas disse "dane-se!" à loucura
e não emudeci

só, sou vinho de hoje
uvas podres sem fermentação

tinto, sou todos
pintado pelo sangue da classe
protestos que jamais serão em vão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Devívido *projeto de um novo romance*

Cucuia inveterada