por que diabos há versos ainda?
Havia um encantado que dormia no chão defronte ao motel
Outro, ao lado do primeiro, simulava a própria morte sem sequer respirar
Eu, que respiro e não sou encantado, escrevo versos sem por quê
Talvez para solucionar velhas questões de pessoas novas
Mas se as respostas são variáveis (isso é quase uma verdade!)... por que querê-las?
Escrevo para não ser mudo tendo língua e fala
Pode ser que meu pesadelo seja a mudez
Todos versos são a prevenção dessa mudez futura
Que virá em morte ou vida evasiva. Virá!
Sou quem procura ouvidos
Mas minhas ideias são tolas e não atraem nem a mim
Atrai quase ninguém
Mas se atrai alguém
pode ser o motivo primordial de existir
Como poucos se dão à arte da escrita
Faço parte de uma minoria
Sou bicho exótico do cerrado, talvez
Por que alguém simularia a própria morte defronte ao motel?
Mais uma pergunta sem por quê
Estão ali, os dois
Nada encantado e aquele que respira
Eu, que parado sou peixe de olhos abertos na terra
Procuro-me em duas pessoas que não têm existência nem sabem de mim (será?)
Devo dizer:
apesar de prolixo, não estou bêbado
Não sei o porquê de escrever
nem a razão da existência imaginária de um motel e duas pessoas defronte
Ora encantada, ora não... ora vivo, ora morto
melhor seria me calar
porque se há poucos que me leem
não devo torturá-los com meu vazio
Outro, ao lado do primeiro, simulava a própria morte sem sequer respirar
Eu, que respiro e não sou encantado, escrevo versos sem por quê
Talvez para solucionar velhas questões de pessoas novas
Mas se as respostas são variáveis (isso é quase uma verdade!)... por que querê-las?
Escrevo para não ser mudo tendo língua e fala
Pode ser que meu pesadelo seja a mudez
Todos versos são a prevenção dessa mudez futura
Que virá em morte ou vida evasiva. Virá!
Sou quem procura ouvidos
Mas minhas ideias são tolas e não atraem nem a mim
Atrai quase ninguém
Mas se atrai alguém
pode ser o motivo primordial de existir
Como poucos se dão à arte da escrita
Faço parte de uma minoria
Sou bicho exótico do cerrado, talvez
Por que alguém simularia a própria morte defronte ao motel?
Mais uma pergunta sem por quê
Estão ali, os dois
Nada encantado e aquele que respira
Eu, que parado sou peixe de olhos abertos na terra
Procuro-me em duas pessoas que não têm existência nem sabem de mim (será?)
Devo dizer:
apesar de prolixo, não estou bêbado
Não sei o porquê de escrever
nem a razão da existência imaginária de um motel e duas pessoas defronte
Ora encantada, ora não... ora vivo, ora morto
melhor seria me calar
porque se há poucos que me leem
não devo torturá-los com meu vazio
Bicho exótico do cerrado!Uma definição muito bem empregada,partindo do pressuposto de que os bichos exóticos,raros,São,na maioria das vezes os mais encantadores,belos,interessantes. Com vc nao poderia ser diferente,vc é uma das raras pessoas verdadeiramente interessantes que eu quase conheci.Tão interessante que chega a assustar.
ResponderExcluirQuanto a sua arte,não a deixe.Melhor seria vc nao se calar nunca pois a sua arte e verdadeiramente bela,complexa,intensa e genuína.Vc nao nos tortura com o seu vazio-pelo menos nao a mim- pelo contrario,a melancolia que seus poemas me remetem me fazem perceber que nao estou tao sozinha neste mundo vazio e hostil,eu me identifico com os seus textos e isso me deixa ,por alguns segundos,mais forte (depois eu enfraqueço outra vez).
Ah,e nós dois sabemos o quanto vc é encantado!
(N apenas nós dois)
me identifiquei demais com o segundo verso...
ResponderExcluirmto lindo! prabens!