realidade compulsória

num metrô descompassado
rumo ao absurdo, escuro
sentado à janela
procuro imagens que confortem almas penadas

numa pedra que desce
ribanceira abaixo
minhas mãos se estendem
tentando agarrar algum galho

imagens surgem
meus olhos as prolongam
um galho passa
minhas mãos sangram

metrô e pedra tecem a singela realidade compulsória



Ao meu irmão, Rodrigo Alves Lopes

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