Poesia, análise e prostituição: perspectiva subversiva da linguagem Poeta, profeta, protesta. A profecia anuncia o que virá. O profeta fantasia a realidade: partindo do imaginário, constrói e proclama um novo momento. Não é diferente o poeta. Ele sublima (ou seja, possibilita outro rumo ao desejo), e através da escrita constrói novos horizontes. O poeta subverte a linguagem, como a dar forma ao desejo, como a realizar o desejo. A transgressão é característica básica de quem é tomado pelo desejo, uma vez que a pulsão não segue os ditames morais. Não é falar com o desejo, porque o poeta é tomado pelo furo, pelo inumano, pela linguagem. Talvez, por isso, nasça o poema, e, em seguida, outro vem subsequente (o desejo não pode ser satisfeito completamente). Apesar da escrita, não há realização do desejo, o furo permanece! Há uma fome, fonte d'alma, que momentaneamente consegue se dar por satisfeita - nasce o poema -, há o gozo, mas, momentos depois, a fome (da fonte do desejo) toma o ...