Kistorinha
Kistorinha
Ego acordou sonhando Id. (Narciso ama demais e não sabe espelho, espelho meu, existe alguém mais belo que eu?) Belo é super-homem! É que Ego descobriu que não era homem e viver sem querer é dizer que sabe até nadar em cacos... Acontece que os rios se multiplicam e já não são espelhos porque cacos dilaceram pé trabalhador.Foi isso! Queria ser K. Acordou e não era besouro, porque os tradutores não são besouros e nada sabem de insetos. (E não procuram espelho!). Talvez só tenha enamorado Alice sendo K. Pensando nisso, coragem faltou para se levantar. Era perigoso demais! Podia ter um porco na sala falando revolução que não há. Ou mesmo ser acusado por forças desconhecidas, forças de porcos. Mas K lembrou-se que os comedores de lavagem só falam quando ninguém os ouve e ele ouvia bem. Ouviu inclusive Gatos que estavam perdidos e caminhavam tranquilamente. Até da televisão ouviu beethoven ... Mas não deve se importar com irmãos, mesmo que grandes de 84... Lembrou-se que para ser Id tinha que se levantar e procurar Alice sem por que. Sem medo, claro. Porque perigo não é Id e ele nunca foi cego. Pensou como se pensa se não pode pensar medo. Levantou-se... Tudo escuro e Alice só rindo atrás das cortinas transparentes. Começou a rir Baco. Não, não... é só porque a rotina leva ao álcool e não se trata de caridade, imagina. Inquieto, Ego se deixou espalhar de bêbado enquanto Alice colocava sutilmente um dedo na fechadura. Repentinamente, (Id apareceu olé, olé, olá, Id apareceu olé, olé, olá)... Alice queria fugir com vários dedos na fechadura, mas chapeuzinho já tinha vestido vermelho. Não disse, é bom que sabendo que Id sempre quis ser Id mesmo, mesmo Ego sendo Ego sonhando Id, o que não é novidade. Conversar Ego? Id nunca soube falar e Ego falava até demais. Alice está rodando a maçaneta, sua besta! Id olhou de perto a fechadura e se viu lá dentro refletido. Com Ego não foi diferente. Alice, espertinha, danou-se a rir só. É que o espelho, sem nenhuma explicação, sugaria os dois... E ela, que não queria rir só, logo se viu deitada com o pequeno príncipe nalguma terra distante.
Joãozinho corria tranquilamente na terra sem nome. Não disse nada ainda de Joãozinho, nem que não sabia o que era sonhos. E os sonhos são centauros que deitam pancadas em quem se atreve a esquecê-los. Édipo, amigo fiel de Joãozinho, dizia jamais esquecer seus esquecimentos. Foi assim que Édipo comprou um caderno de anotações e iniciou sua pesquisa onírico-etnográfica.
Mas mesmo sem saber diabos dos sonhos, Joãozinho sempre quis conhecê-los. E foi numa noite veloz que correndo, saltitando, viu um torrão de açúcar que não estava queimado. Viu um torrão de açúcar! Não é susto porque ali sempre teve açúcar, mas ele fixou o olhar como visse um som. Do torrão olhou um copo e viu também um copo com café que parecia manhã. O café quente tinha fumaça que ia beijando tudo quanto havia, e não havia nenhum obstáculo. Mesmo assim a fumaça beijava inclusive João, agora João. Sua pele estremecia sem explicação e se sentia remexendo em contrações, mas não era gravidez porque na terra de João não existia dor ao menos ele não a conhecia. Era como correr uma maratona e em seguida beber um litro de caldo de cana. Parecia estar se tornando terra e água e fogo e ar. Mas como João saberia dizer se aquilo era ou não sonho? Sabia, porém, que tudo aquilo podia ser conto de fadas, sonho ou mesmo realidade. Não importava o nome que dariam àquilo que é sem nome. Mas Édipo era pesquisador e logo apareceu correndo sonhos. Viu? Ele apareceu sem olé, olé, olá, mas apareceu gritando sonhos onde havia açúcar e copo e café e fumaça. Mania edipiana é andar com lupas sem enxergar. Édipo correu chegando com lupas e enxergando. Perguntou logo aonde os sonhos iam e, antes de ouvir resposta, saiu em desparada, desesperadamente rumo à mata fechada. Os gatos que cantarolavam distraidamente o acompanharam sem demora. É por isso que pessoas tristes fazem cafuné em gatos, João falou sem pronunciar palavra alguma. Édipo estava com os gatos por entre as árvores, mas não é legal falar dos outros quando não estão presentes. Por isso não deixemos segredo. Ele voltou correndo, mas os gatos continuaram fechados na mata. É que Édipo, agora era Edipocego em sangue e pintara todas as folhas das árvores, verdes até então. Dispenso a parte do sofrimento edipiano porque Aristóteles diria feio e Horário daria risadas amarelas contando futilidades a Pisões. Não se pode dizer que quando Edipocego chegou estava gritando, chorando?... Que pedia alegria e até se esqueceu dos sonhos... Que João sentou-se para observar lamentações de um pesquisador. Não é bom contar que João falou sem dizer que gostaria muito de escrever um livro relatando o sofrimento de Edipocego (Aristóteles não ouviu!). Na terra sem nome, não haveria suicídio em massa! Sentado e tomando café com fumaça, João que já foi Joãozinho pensava quente fumaça voadora. Voava também. Mas foi aí que os gatos correvoando chegaram gritando: tem gente na floresta! Édipo já tinha entendido que deveria passar os últimos dias mata a fora e convidou João a pisar mata adentro. Os primeiros passos dados já não havia açúcar e copo e café e fumaça. Quer dizer, é bem provável que a fumaça estivesse beijando pés e coxas e rostos em plena relva. Por que as bocas não? Já disse anta, alguns não gostam disso! Nada importava a João muito menos a Edipocego quando de passo em passo foram mata adentro. Ouviram coisas que não viam tilintar... Tudo tilintava! Mais passos curtos para árvores longas. Ouviam que viam coisas... É, tinha mais alguém ali. Apesar de ser pavorosa a conclusão, aproximaram de onde fugia alguma fumaça. Era fogo ardente! Por entre árvores mal plantadas, Edipocego já tinha perdido o caderno de anotações e João só ria. Ninguém queria ver João só rindo e como os gatos adoram cafuné, cada um passou unhas em caldas alheias e começaram a sorrir. Edipocego incrivelmente sorria também! Não é preciso dizer que as caldas dos gatos levantam quando sentem cosquinhas e que se arrepiam completamente. Pararam, mas não de sorrir. Os estranhos estavam ali, do outro lado da árvore e pareciam embriagados. Os sorrisos beijavam a fumaça do fogo que vinha de algum lugar do outro lado da vegetação, apenas o verde os separavam dos desconhecidos...
Alice não era grande nem pequena nem média. Id e Ego juntos chegavam à cintura dela, por isso conhecidos como Pequeno Príncipe. Mas estranho é que quando Ego tornou-se Id e Id continuou sendo ele mesmo, Alice percebeu que estava do tamanho do pareceiro, agora uno, Príncipe. Deitados em folhas, era possível apenas ouvir estalos secos. E os gados contemplavam a cena sem seque mugir. A mata virgem deixou de procurar a asa branca porque não a queria perder um piscar de olhos e a chuva se fechou sobre o casal. Incialmente três, depois dois e com uma lupa diriam sere um. Alice e o Príncipe. Copos cheios ao lado e corvos observando-os atentamente. Em contos futuros um corvo metamorfoseou numa coruja e disse que Alice e seu parceiro estavam se afundando chão adentro, acredita? João e seus companheiros que sorriam juntos viam alguém de beleza plástica: era sereia, mas não parecia peixe nem mulher... Alice! João pensava Alice sem saber nome. Os Gatos pensavam lamber sem leite à vista e Edipocego só ouvia relatos silenciosos. Alice e Príncepe estavam fervendo em fumaças, logo perceberam que pessoas os observam e queriam enfumaçar também. Não se intimidaram, porém! E Príncipe continuava fazendo Alice Maria Fumaça. Era fumaça, completamente. Havia sorrisos no chão separando copos quentes. João e os Gatos perceberam que em cada copo havia os nomes deles. Para os Gatos tinha apenas um copo repleto de vida vermelha e para João e Edipocego outro copo, ambos quentes e estridentes. Todos tomaram o conteúdo e se transformaram em forma disforme, sem sul nem norte nem leste nem oeste. Parecia geléia, um adeus que não se vai! Mas Alice, que não era boba, também bebeu seu conteúdo e ficou ainda mais disforme. Príncipe já estava quente e não tinha nome. Todos em si e em todos, todos id, agora sem nomes, tornaram-se fumaças e desceram rumo ao interior da terra que já era aberta há tempos. E agora só fumaças dispersadas à terra que já era sem nome...
Ego acordou sonhando Id. (Narciso ama demais e não sabe espelho, espelho meu, existe alguém mais belo que eu?) Belo é super-homem! É que Ego descobriu que não era homem e viver sem querer é dizer que sabe até nadar em cacos... Acontece que os rios se multiplicam e já não são espelhos porque cacos dilaceram pé trabalhador.Foi isso! Queria ser K. Acordou e não era besouro, porque os tradutores não são besouros e nada sabem de insetos. (E não procuram espelho!). Talvez só tenha enamorado Alice sendo K. Pensando nisso, coragem faltou para se levantar. Era perigoso demais! Podia ter um porco na sala falando revolução que não há. Ou mesmo ser acusado por forças desconhecidas, forças de porcos. Mas K lembrou-se que os comedores de lavagem só falam quando ninguém os ouve e ele ouvia bem. Ouviu inclusive Gatos que estavam perdidos e caminhavam tranquilamente. Até da televisão ouviu beethoven ... Mas não deve se importar com irmãos, mesmo que grandes de 84... Lembrou-se que para ser Id tinha que se levantar e procurar Alice sem por que. Sem medo, claro. Porque perigo não é Id e ele nunca foi cego. Pensou como se pensa se não pode pensar medo. Levantou-se... Tudo escuro e Alice só rindo atrás das cortinas transparentes. Começou a rir Baco. Não, não... é só porque a rotina leva ao álcool e não se trata de caridade, imagina. Inquieto, Ego se deixou espalhar de bêbado enquanto Alice colocava sutilmente um dedo na fechadura. Repentinamente, (Id apareceu olé, olé, olá, Id apareceu olé, olé, olá)... Alice queria fugir com vários dedos na fechadura, mas chapeuzinho já tinha vestido vermelho. Não disse, é bom que sabendo que Id sempre quis ser Id mesmo, mesmo Ego sendo Ego sonhando Id, o que não é novidade. Conversar Ego? Id nunca soube falar e Ego falava até demais. Alice está rodando a maçaneta, sua besta! Id olhou de perto a fechadura e se viu lá dentro refletido. Com Ego não foi diferente. Alice, espertinha, danou-se a rir só. É que o espelho, sem nenhuma explicação, sugaria os dois... E ela, que não queria rir só, logo se viu deitada com o pequeno príncipe nalguma terra distante.
Joãozinho corria tranquilamente na terra sem nome. Não disse nada ainda de Joãozinho, nem que não sabia o que era sonhos. E os sonhos são centauros que deitam pancadas em quem se atreve a esquecê-los. Édipo, amigo fiel de Joãozinho, dizia jamais esquecer seus esquecimentos. Foi assim que Édipo comprou um caderno de anotações e iniciou sua pesquisa onírico-etnográfica.
Mas mesmo sem saber diabos dos sonhos, Joãozinho sempre quis conhecê-los. E foi numa noite veloz que correndo, saltitando, viu um torrão de açúcar que não estava queimado. Viu um torrão de açúcar! Não é susto porque ali sempre teve açúcar, mas ele fixou o olhar como visse um som. Do torrão olhou um copo e viu também um copo com café que parecia manhã. O café quente tinha fumaça que ia beijando tudo quanto havia, e não havia nenhum obstáculo. Mesmo assim a fumaça beijava inclusive João, agora João. Sua pele estremecia sem explicação e se sentia remexendo em contrações, mas não era gravidez porque na terra de João não existia dor ao menos ele não a conhecia. Era como correr uma maratona e em seguida beber um litro de caldo de cana. Parecia estar se tornando terra e água e fogo e ar. Mas como João saberia dizer se aquilo era ou não sonho? Sabia, porém, que tudo aquilo podia ser conto de fadas, sonho ou mesmo realidade. Não importava o nome que dariam àquilo que é sem nome. Mas Édipo era pesquisador e logo apareceu correndo sonhos. Viu? Ele apareceu sem olé, olé, olá, mas apareceu gritando sonhos onde havia açúcar e copo e café e fumaça. Mania edipiana é andar com lupas sem enxergar. Édipo correu chegando com lupas e enxergando. Perguntou logo aonde os sonhos iam e, antes de ouvir resposta, saiu em desparada, desesperadamente rumo à mata fechada. Os gatos que cantarolavam distraidamente o acompanharam sem demora. É por isso que pessoas tristes fazem cafuné em gatos, João falou sem pronunciar palavra alguma. Édipo estava com os gatos por entre as árvores, mas não é legal falar dos outros quando não estão presentes. Por isso não deixemos segredo. Ele voltou correndo, mas os gatos continuaram fechados na mata. É que Édipo, agora era Edipocego em sangue e pintara todas as folhas das árvores, verdes até então. Dispenso a parte do sofrimento edipiano porque Aristóteles diria feio e Horário daria risadas amarelas contando futilidades a Pisões. Não se pode dizer que quando Edipocego chegou estava gritando, chorando?... Que pedia alegria e até se esqueceu dos sonhos... Que João sentou-se para observar lamentações de um pesquisador. Não é bom contar que João falou sem dizer que gostaria muito de escrever um livro relatando o sofrimento de Edipocego (Aristóteles não ouviu!). Na terra sem nome, não haveria suicídio em massa! Sentado e tomando café com fumaça, João que já foi Joãozinho pensava quente fumaça voadora. Voava também. Mas foi aí que os gatos correvoando chegaram gritando: tem gente na floresta! Édipo já tinha entendido que deveria passar os últimos dias mata a fora e convidou João a pisar mata adentro. Os primeiros passos dados já não havia açúcar e copo e café e fumaça. Quer dizer, é bem provável que a fumaça estivesse beijando pés e coxas e rostos em plena relva. Por que as bocas não? Já disse anta, alguns não gostam disso! Nada importava a João muito menos a Edipocego quando de passo em passo foram mata adentro. Ouviram coisas que não viam tilintar... Tudo tilintava! Mais passos curtos para árvores longas. Ouviam que viam coisas... É, tinha mais alguém ali. Apesar de ser pavorosa a conclusão, aproximaram de onde fugia alguma fumaça. Era fogo ardente! Por entre árvores mal plantadas, Edipocego já tinha perdido o caderno de anotações e João só ria. Ninguém queria ver João só rindo e como os gatos adoram cafuné, cada um passou unhas em caldas alheias e começaram a sorrir. Edipocego incrivelmente sorria também! Não é preciso dizer que as caldas dos gatos levantam quando sentem cosquinhas e que se arrepiam completamente. Pararam, mas não de sorrir. Os estranhos estavam ali, do outro lado da árvore e pareciam embriagados. Os sorrisos beijavam a fumaça do fogo que vinha de algum lugar do outro lado da vegetação, apenas o verde os separavam dos desconhecidos...
Alice não era grande nem pequena nem média. Id e Ego juntos chegavam à cintura dela, por isso conhecidos como Pequeno Príncipe. Mas estranho é que quando Ego tornou-se Id e Id continuou sendo ele mesmo, Alice percebeu que estava do tamanho do pareceiro, agora uno, Príncipe. Deitados em folhas, era possível apenas ouvir estalos secos. E os gados contemplavam a cena sem seque mugir. A mata virgem deixou de procurar a asa branca porque não a queria perder um piscar de olhos e a chuva se fechou sobre o casal. Incialmente três, depois dois e com uma lupa diriam sere um. Alice e o Príncipe. Copos cheios ao lado e corvos observando-os atentamente. Em contos futuros um corvo metamorfoseou numa coruja e disse que Alice e seu parceiro estavam se afundando chão adentro, acredita? João e seus companheiros que sorriam juntos viam alguém de beleza plástica: era sereia, mas não parecia peixe nem mulher... Alice! João pensava Alice sem saber nome. Os Gatos pensavam lamber sem leite à vista e Edipocego só ouvia relatos silenciosos. Alice e Príncepe estavam fervendo em fumaças, logo perceberam que pessoas os observam e queriam enfumaçar também. Não se intimidaram, porém! E Príncipe continuava fazendo Alice Maria Fumaça. Era fumaça, completamente. Havia sorrisos no chão separando copos quentes. João e os Gatos perceberam que em cada copo havia os nomes deles. Para os Gatos tinha apenas um copo repleto de vida vermelha e para João e Edipocego outro copo, ambos quentes e estridentes. Todos tomaram o conteúdo e se transformaram em forma disforme, sem sul nem norte nem leste nem oeste. Parecia geléia, um adeus que não se vai! Mas Alice, que não era boba, também bebeu seu conteúdo e ficou ainda mais disforme. Príncipe já estava quente e não tinha nome. Todos em si e em todos, todos id, agora sem nomes, tornaram-se fumaças e desceram rumo ao interior da terra que já era aberta há tempos. E agora só fumaças dispersadas à terra que já era sem nome...
KISTORINHA OTIMA DE SE LER
ResponderExcluirPARABENS EU AINDA VOU SER COMO VC