berimbau da subjetividade

a roda parecia estar parada
fruto da rotina - gesso aos pés!

a modernidade nos faz bater os mesmos martelos, escravamente
e as máquinas continuam rangendo dentes cariados

- mas voz tem óleo de correr o que parou!

garotos já conhecem bandeirantes e cachaça
(aqui, água não pega fogo!)
e os índios católicos ficaram em canção póstuma



Em dias de guerra,
hospitais aguardam o próximo óbito
são os mesmos demônios que dizem amém e executam jovens em igrejas
diabos que gritam pacificar o morro
enquantos crianças morrem entre balas de fuzis policiais



mas há uma roda que não para de crescer
são vozes cantando berimbaus escondidos...
negros, índios e camponeses que já sabem a verdadeira bença

-

o mestre abriu a roda e não tem hora para acabar
os marinheiros desceram ontem de navios negreiros


nessa roda, não há lugar para um só
o marinheiro da Bahia é goiano é carioca é mineiro
e, entre martelos e benças
a bolinha de gude rola da mão criança que sonha
(sonho o dia em que a capoeira seja apenas arte...)

-


Escutam canções,
de onde vem martelos!

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