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Mostrando postagens de maio, 2011

Cachorro Maldito

Poema de Diego El Khouri sobre uma conversa-sarau que fizemos em Santo Antônio de Goiás. Confiram o blog: http://molholivre.blogspot.com/ Vale a pena conferir "molho livre" e "cama surta" AO CACHORRO MALDITO (Por Diego EL Khouri) (Ao Marcos Alves Lopes) Da merda que Marcos fala a merda pura e concentrada é merda real e abstrata essa merda que ele fala. Merda com feijãozinho preto cagando em noites de luar e desejo. Merda com pedacinhos de milho mastigada pelo seu próprio filho. Merda que fala Poesia aquela que ele chama Vida. Na chama que chamisca o dia Merda pendurada do lado de uma solitária pia. Ó Merda que vos fala ó Merda que ele fala ó Merda que eu falo semelhante ao meu falo. Falo que não fala o que falo que eu cago e cago na lata cagar porçãozinhos de amor do cu desabrochando a flor. Merda assim merda assada a Merda que o Marcos fala é poesia abstrata terreno profético dos dias essa merda cantada.

Legião Sem SALvação

REstart, de novo REfigurar REformar REfazer RESgatar REtificar REtardar REligião, LEgião sem SALvação

Lápide

Do caos, só a MERDA restou

quê amador

quando nada mais emocionar nenhuma lágrima correr haverá entre multidões de mensagens enviadas a banda mais bonita da cidade que vem e cora em canto de desabar no amor raro, caro ainda não vivido, sequer ouvido como um encanto poético de oração num resumo de milhares de vidas a ruir contradições, a criar novas oposições e ver na vida sem gozo ou mesmo no inumano que goza na merda que transborda um quê amador

Veja toda gente

Sírio Possenti Ensina a gente Da globo, principalmente Que o errado não é inadequado Que o certo , tão vomitado É só um jornalista desinformado Alexandre Gracinha Leia possenti Que fala A gente Não mente e diz oxente

A morte de Luciene Moreno

Morreu ontem Luciene Moreno Funcionária da limpeza da Escola Municipal Geralda de Aquino Vítima do super-faturamento da merenda escolar De sindicatos mortos - vivos apenas para os próprios anseios Vítima de políticos-sanguessugas Imprensa com placa de "quem paga mais?" Igrejas deus-quer-seu-pouco-seu-tronco-seu-troco Atestado de óbito para leigos: câncer no sangue Luciene, não foi vã sua vida!

ordem natural das coisas

lá fora ruas rangem dentes cariados afiados, prontos a mastigar pele aristocrática ou plebeia ônibus desfilam ao caos entortam avenidas, enquanto bueiros de gente transbordam os parasitas, velhos parasitas homens e mulheres desgovernantes que desviam rotas naturais destroem postos primitivos de trabalho e não arredam o pé da merda-capital eu nessa singela casa em-sábado-de-gozo numa cama amiga sinto ranger unhas felinas no estômago - estou vivo! vejo corpos que gemem estirados sofá adentro há humanidade suficiente ainda exige presença e clama passagem esquenta cada homem derretido a história que retorna num redemoinho volta fazendo um novo curso alheio ao mundo, e natural a ele nessa casa-sossego as janelas estão abertas como cão sem dono ou num suicídio coletivo as ideias são arremessadas a cada gole de álcool propagam, bueiro a bueiro... alimentando olhos, um tanto ébrios, mas sedentos de humanidade Poema dedicado ao apartamento-casa de Heliany, ...

au-au-au-au

Jornal canal teatral irreal banal au-au-au-au Produção coletiva: Eu e Luiz Maurício

a(d/m)or

que a mim a meu modo e a ti também nos lambusemos no/a (d/m)or

curti-dores

CURTI-DORES Venham, curti-dores no caos da incerteza ainda é possível amar venham, que é ela a dor, o sintoma capaz de nos acalentar num peito que dói no estômago ardente ou na igreja de deus anuncio o gozo que o gozo não é de um não é privilégio de deus nem mérito do diabo é gozo e só! apresento-lhes, enfim o amor o gozo do amor o gozo pela dor porque à nossa maneira nos lambuzaremos no/a (d/m)or

ah!

há momentos que tendo o que dizer eu me calo haverá o dia que diante do horror silenciarei?

homem-bomba

sentado à mesa numa escola sem aulas ao lado de tantos colegas professores alguns até belos outros adormecidos, desejosos por uma boca cheia de dentes iniciamos o banquete: pena de morte, já! bandidos em corpos de alunos - ouvi eu, que não queria comparecer ali fui convocado relutei remexi acabei gritando como muitos deslocados a mim, apesar da guerra declarada não coube convencer alguém mas tão somente perceber a matéria inorgânica de minha pronta explosão

demasiadamente inumano

podridão insipiência é no esgoto que habito no resto sem antídoto sem redenção na MERDA é meu hábito ... no hálito desprezo sorriso macabro que encontro um quê dinossauro que geme, treme e trói

poema atentado

afiado penetrante apenas um lápis apontado para o papel crianças de pedras nas mãos corta pro funda mente explosão: lápis e papel

das ding

nada nada nadinha nada nada das ding

não digo amém - mentira

há tantos versos de tantos loucos e loucas que na leitura clamo por mais existência apesar de tantos tantos e bons bons e poucos publicados não consigo dizer amém a nenhum nas volúpias de Ana C. ou nas lentes de Chacal não digo amém entretanto, são reflexos de mim

aqui, para sempre, e em qualquer lugar

roupas camuflam demônios adormecidos ou acordados ou travestidos mesmo em pequenos corpos na cama desarrumada na copa destrambelhada n'água ainda por beber no amor não vivido ou vivido sem amor na briga desencadeada na igreja frequentada nos versos caídos no político eleito no crack (não) fumado há ainda que mortos demônios travestidos

tudo de todos, e de ninguém

Prefiro as cinzas muito mais comício, grito, angústia e de cada um --um atentado!

re-re-re...

S'ela fosse mais perversa que osama, obama ou bush não daria aos pés de pica-pau Mesmo se não tivesse um dedo e falasse de futebol se bebesse cachaça e viajasse ao exterior não seria como pica-pau Se rezasse o terço para aliciar crianças ou tomasse dinheiro dos ferrados seria massacrada por um pica-pau Mas é pica-pau o mais fodido dos fodidos que enxerga além

Do inferno ao paraíso

Do inferno ao paraíso há perigo nisso tudo de segunda anseiar o sábado ou um feriado de janeiro sonhar julho, dezembro acordado

Re-Start

ouvi ruídos tropecei nas pernas ergui a cabeça sem dizer amém segui viagem

Preciosidade de MERDA

há merdas escritas que dão nojo não somente o sertanojo merdas de viagra, de dia das mães, de carro-lux, de patrão ou do povão há MERDAS escritas que dão gosto não somente meus versos MERDAS de terminais, de prisões, de atentados de MERDA

do pau

do pau igrejas escolas versos do pau da flor que desabrocha entre espinhos entre esquinas do pau da merda barrenta de terminais do pau

realidade compulsória

num metrô descompassado rumo ao absurdo, escuro sentado à janela procuro imagens que confortem almas penadas numa pedra que desce ribanceira abaixo minhas mãos se estendem tentando agarrar algum galho imagens surgem meus olhos as prolongam um galho passa minhas mãos sangram metrô e pedra tecem a singela realidade compulsória Ao meu irmão, Rodrigo Alves Lopes