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Mostrando postagens de junho, 2011

só?, sinto que não dá

só?, precisa de outra mãozinha não só!, tudo que há sozinha, não dá! Resposta a Tassi pelo texto "só preciso de uma mãozinha".

só!, sinto

Retrato poético inacabado só!, sinto Tratado sucinto de mim

só!, sinto

Meu querer não se basta só só!, sinto que basta o que querem de mim

só!, sinto

cinto apertado só!, sinto como é difícil comer a carne de pescoço dos meus desatinos

só!, sinto

poço profundo sinto, só!, no fundo do fosso cultivo s.ó. (serviço de observações)

só!, sinto

o que sinto só!, sinto por minha conta e risco Autoria coletiva: Fernanda Padilha e eu

Pesadelo real

Massacre da candelária goiana Parque Oeste Industrial Goiânia, 2005 Dezenas de desaparecidos Dois encontrados, assassinados Pedro Nascimento Silva Walgner Silva Moreira Presentes! - da política goiana

Come chocolates, pequeno

(Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. Come, pequena suja, come! Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) Fernando Pessoa, Tabacaria. Já sou homem velho-barbado, mas nem por isso deixei de sentir prazer como antigamente. Quando adolescente, gostava de me sentar ao vaso e, relaxadamente, defecar. Inicialmente, gostava sem atribuir muito sentido àquilo - gostava e pronto! Entretanto, com o passar do tempo as coisas foram tomando outra conotação. Foi no dia primeiro de abril que percebi uma madança abrupta no singelo ato de defecar. Sentei-me ao vaso, como de costume abri um livro de poemas (Ferreira Gullar)... Demorou, mas quando veio, foi um turbilhão de emoções: sangue, merda e bastante arrepios. Eram os ca...

Bassoura

- bassoura! (seus pais nasceram gritando) o que me conforta agora são as crianças fazendo da vassoura, um cavinho voador - dia! - dia! - trás cá, bassoura quanto é? e a saga continua... a mãe, em casa, tecendo palhas-pães enquanto o pai, de caminhar firme juntamente com as crianças pululando, gritando o hino baiano: -bassoura -bas sou ra -bas   so  ra -bas    so  ra -bas     so    r -bas       so   r -bas         so -bas           s

Em nome da MERDA, amém

Minha mão está suja./ Preciso cortá-la./ Não adianta lavar./ A água está podre./ Nem ensaboar./ O sabão é ruim./ A mão está suja,/ Suja há muitos anos./ Carlos Drummond de Andrande, A mão suja Ignácio caminhava toda tarde pelo Parque Areião, mas naquele dia resolvera ir pela manhã. Era comum, durante a caminhada, encontrar colegas da faculdade, alunos e antigos professores. Geralmente, esperava um tempo antes de iniciar as quatro voltas, uma vez que adorava observar os garotões malhando e comentando sobre mulheres. Já tinha concluído que os tempos eram outros! No início, aquele lugar, que frequentava por indicação médica, era exclusivo aos homens. Entretanto, nos últimos anos, Ignácio percebera que as mulheres estavam tomando conta do pedaço, com uma diferença básica: comentavam sobre homens e mulheres, sem distinção de gênero. Ignácio, como todo mortal do século XXI, não só fazia caminhadas, como tinha uma vida social um tanto complexa. Na faculdade, ministrava aula...

Em nome do AÇÚCAR, amém

"Por que não destes um raio brando ao teu viver?"  Pedro Kilkerry  - Ele está foragido, provavelmente morto! Mas lembrem-se, antes de tudo, ele é obrador! Tem tatuado nas costas a frase DA MERDA ao caos , não se sabe exatamente a razão. Cogitam que tenha visto um filme de Almodóvar cuja temática fosse a mesma. Ou, talvez, seja mais uma frase barroca, de algum escritor morto . Após ter caminhado lentamente pelo parque Areião, Ignácio voltou à casa. Tudo estranho: merdas na parede, livros em cinzas e um porco amarrado na mesa de centro. Na boca do animal havia uma carta... Após a leitura, percebeu que as coisas mudariam dali em diante. Era um atentado: um ex-discípulo atentado fizera tudo aquilo - não suportara a ideia de capitulação. Deitou e dormiu um sono justo. Acordou, juntou tudo que tinha, ao álcool e fósforo, ateou fogo na casa. Saiu daquelas chamas e foi, sem nada nas mãos, lendo os muros da cidade. Na praça dita cívica, parou para conversar com alguns morador...

via penas

Colocar a boca no trompete De topete, sem pena De colete, a duras penas bico no buraco, ganso As penas de Castro descarregam agora, nesse teclado

?

tenho vida ? cara a pagar ? deus a acreditar ? sem-carro-casa-praia-nem-mar ? olha, olha o lula lá ?

Furo a pensar

Estava com a VERdade de alguém carregado por correntes nas correntezas do cotidiano Deixei os grilhões pulei na garganta do desgraçado para brotar dos dedos algo pontiagudo, punhal, impus meus desatinos Passamos por urtigas, cravos afundamos, pulamos onda e matamos no peito à custa de palavras-gozadas Meu companheiro já parecia estar bêbado, cansado, eu, grudado ao pescoço dele, nos descaminhos, não deixei de atribuir gozo àquilo Saltei da égua-homem destrambelhado, cambaleante, iniciei meu voo ainda que desgovernado, fui às nuvens, de ar gélido, parei, remexi percebi que não havia queda ali  tirava foto das minhas imagens remexia as pernas, braços, gritava só para ouvir o eco Mas queria mais nu! queria mais... Recolhi minhas mãos ao estômago dos dedos, novamente, nasceram  espinhos, facas, estiletes... deixei-me dilacerar da parede lisa do duodeno brotou um furo - só para ter o que pensar

VERdade divina

deus, que está em mim, mas não existe mora nesse homem, bomba - que seja mas não existe o amor que sinto não existe dor, no estômago, também não existe a minha VERdade tem deus de pijamas dormindo nas nuvens (não posso vê-lo) porque sem mim não há deus, em mim, está morto!

limpeza suave

preciso de um recurso indispensável num mundo de singularidades diversas recurso já muito usado - não esgotado! preciso me levantar fechar a tampa dar descarga e, principalmente, me limpar calmamente

amuletos de delírio

amigos pais - Pai nosso Pluto de infância cidade entre minas e goiás família desejada despejada num sonho real é tudo amuletos de delírio passatempo de um homem, só também menino

quarta-quinta-sexta

na quarta saí para ver o sol, mas vi furo no asfalto do duodeno quinta, à noite não queria o amor morno dos lençóis embaraçados mas laços passados de sofrimento fizeram da fugacidade confusão sexta, sedado por drogas que antecipam minha morte durmo-acordo-durmo-acordo-morro sem virtuosidade nenhuma

fantasia minha?

minha dor esconde o que não quero enxergar - quinze anos de profunda puberdade - vinte quatro de nove endoscopias: duas úlceras, inúmeras gastrites e um sequestro acusações foram feitas quiseram me condenar por cegueira, mas já tinha lido Saramago e não pestanejei é tudo fantasia! quando se vê a terceira margem do rio, a barba cresce, a navegação continua, para reinar o real é muito além disso há um quê em tudo, que não falseia a realidade, - há um fim trágico!

"minha vez!", "não... sou eu!"

reabri - não sei porquê! outro se formava imaginariamente de repente, um vento de palavras velho de experiências começou a corroer - reabriu!   crianças brincam de lavar a própria banheira enquanto arrumo meu quarto "minha vez!", "não... sou eu!" assisto delírios! minhas palavras querem tocar aquelas ditas pelos pentelhos ao lado!

lombriga do calvário

Garçom - fotógrafo do senado concurso público Senador - lombriga do calvário entrada livre

menino-home

quero ser mimado nesse aniversário com(o) café da manhã tarde noite com(o) você na sua cama que há mais sexo que divã grego quero deitar comer, domir me deleitar

Diva

Diva, os assassinos de espíritos corroídos permanecem de pé são magros, atléticos mudos de alma doentes e, pior consanguíneos Se tivesse estabelecido contato antes não recusaria um cigarro beberia o que fosse necessário e andaria por todo o Urias -sua morte seria mais leve Covardes, façam suas homenagens não se esqueçam, porém dos choques das drogas e da camisa de força Se foi mas deixou uma boca aberta em completa putrefação fechada apenas por panos de linhas finas À minha tia Diva, falecida em 13/06/2011, e a todas as vítimas da política manicomial.

Obreiro de noite e dia (quase pastor)

Sentado em posição com um livro à frente não sai nada Em posição à espera, numa luta contínua nada cai Sentado, forçando e nada Levanto, bebo água deixo o livro sobre a mesa e retorno sentado - sem livros calmamente cai MERDA e SANGUE

Fuzuêêê

Quando o operário deita em cima do muro e cruza os braços ou simplesmente traz atestados licença, vejo um outro movimento Escritor, professor, taxista ou doutor ouço os cochilos os medos - desejos! Que é sair de casa nas greves, nas ruas no centro - no sonho, um fuzuê! Corte histórico não é rebeldia, já é consequência dessa louca estadia na terra

gozo fúnebre

Mesmo sendo escrito em livros putos ou nesse blog de escroquerias - faço exigências! É só um pedido encarecida ordem de alguém que jaz entre merdas, vermes, cabelos e dentes-sujos Nesse dia feliz de reintegração ao caos leiam o gozo fúnebre solenemente - nascerá a lapa fúnebre goiana Nessa festa depois de bombas estrondosas a poesia, promíscua como é estará em faces, olhos, paus em tudo! em completa putrefação Para a úlitma marcha bastará o registro: Do caos, só a MERDA restou!

Sobre a Minha Ida ao Rio

  Estive no Rio de Janeiro esse fim de semana, no Encontro Americano de Psicanálise de Orientação Lacaniana (ENAPOL), mas acabei deixando o recinto para participar da gigantesca manifestação ocorrida ontem em Copacabana. Foi noticiado pelos meios de comunicação de massas um número muito aquém do real, 27 mil, penso que havia bem mais.  Percebi que a unidade tão incentivada no meio militar acabou tendo um outro endereçamento, contra aqueles que de fato - não de direito - oprimem a população. Entre os bombeiros essa unidade é expressa como um sentimento de família, o que é fundamental para o desempenho de tarefas tão arriscadas. Assim, há um grande companheirismo entre os colegas, o que infelizmente não é possível observar em outras categorias. Para se ter ideia do tamanho dessa irmandade, a própria P.M. não teve coragem de retirá-los do quartel central, foi necessário que Sergio Cabral convocasse os cães mais ousados, o BOPE. Além disso, a população se identifica bas...

MERDA em caixa alta

Nessa merda  merda minúscula do cotidiano sinto apenas o cheiro fétido de bosta barrenta de terminais lotados - bueiros de gente sinto o que nem sempre o nariz suporta No ônibus vomitado, lotado no caos insano do dia ou na noite entorpecida em sala de aula professores de séculos passados só há o cheiro cheiro de merda, merda-capital é nesse fogo cruzado dessa  pol(t)ícia goiana-carioca-brasileira - assassina que faço bomba, meu próprio ser ah, os padres, pastores, monjes, professores cegos-médiuns sem remédios sem palavras sem nada É em tudo, em mim que floresce a MERDA!

Profecia do caos

Após a última bomba ainda haverá MERDA

preguiça de morrer

que preguiça de almoçar música, poesia e mulher - preguiça preguiça de morrer comer arroz, feijão e jogo do Brasil sair pra almoçar correr ruas, ler jornais ver a triste cena "CACHORRO assistindo T.V. é enxotado como mortais" falta fôlego, sobra fome e preguiça eita manhã de vômito! melhor seria regurgitar as rações de ontem

Cú! Por que botam pau no cu?

C----------------- ! ! ! ! ! U Cu oxítona terminada em u não leva acento gráfico tola gramática, normatiza o impossível! C/U letras abertas formam vácuos o mundo utilitário não deve haver vazio Cu a camada de ozônio é preenchida de gases a dor-vida é coberta de remédios médicos, dentistas, policiais, professores - entorpecentes a bunda também possui buraco, cu enquanto C é um faltante horizontal U falta verticamente falta o resto a merda o flato o pau o cú C------------------ ! ! ! ! ! ! U