Estava com a VERdade de alguém carregado por correntes nas correntezas do cotidiano Deixei os grilhões pulei na garganta do desgraçado para brotar dos dedos algo pontiagudo, punhal, impus meus desatinos Passamos por urtigas, cravos afundamos, pulamos onda e matamos no peito à custa de palavras-gozadas Meu companheiro já parecia estar bêbado, cansado, eu, grudado ao pescoço dele, nos descaminhos, não deixei de atribuir gozo àquilo Saltei da égua-homem destrambelhado, cambaleante, iniciei meu voo ainda que desgovernado, fui às nuvens, de ar gélido, parei, remexi percebi que não havia queda ali tirava foto das minhas imagens remexia as pernas, braços, gritava só para ouvir o eco Mas queria mais nu! queria mais... Recolhi minhas mãos ao estômago dos dedos, novamente, nasceram espinhos, facas, estiletes... deixei-me dilacerar da parede lisa do duodeno brotou um furo - só para ter o que pensar